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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

FELIZ OLHAR NOVO !

"O grande barato da vida é olhar para trás e sentir orgulho da sua história.
O grande lance é viver cada momento como se a receita de felicidade fosse o AQUI e o AGORA.
Claro que a vida prega peças. É lógico que, por vezes, o pneu fura, chove demais..., mas, pensa só: tem graça viver sem rir de gargalhar pelo menos uma vez ao dia? Tem sentido ficar chateado durante o dia todo por causa de uma discussão na ida pro trabalho?

Quero viver bem! Este ano que passou foi um ano cheio. Foi cheio de coisas boas e realizações, mas também cheio de problemas e desilusões. Normal. As vezes a gente espera demais das pessoas. Normal. A grana que não veio, o amigo que decepcionou, o amor que acabou. Normal.

O ano que vai entrar vai ser diferente. Muda o ano, mas o homem é cheio de imperfeições, a natureza tem sua personalidade que nem sempre é a que a gente deseja, mas e aí? Fazer o quê? Acabar com o seu dia? Com seu bom humor? Com sua esperança?

O que desejo para todos é sabedoria! E que todos saibamos transformar tudo em boa experiência! Que todos consigamos perdoar o desconhecido, o mal educado. Ele passou na sua vida. Não pode ser responsável por um dia ruim... Entender o amigo que não merece nossa melhor parte. Se ele decepcionou, passe-o para a categoria 3. Ou mude-o de classe, transforme-o em colega. Além do mais, a gente, provavelmente, também já decepcionou alguém.

O nosso desejo não se realizou? Beleza, não estava na hora, não deveria ser a melhor coisa pra esse momento (me lembro sempre de um lance que eu adoro): CUIDADO COM SEUS DESEJOS, ELES PODEM SE TORNAR REALIDADE.

Chorar de dor, de solidão, de tristeza, faz parte do ser humano. Não adianta lutar contra isso. Mas se a gente se entende e permite olhar o outro e o mundo com generosidade, as coisas ficam bem diferentes.

Desejo para todo mundo esse olhar especial.

O ano que vai entrar pode ser um ano especial, muito legal, se entendermos nossas fragilidades e egoísmos e dermos a volta nisso. Somos fracos, mas podemos melhorar. Somos egoístas, mas podemos entender o outro. O ano que vai entrar pode ser o bicho, o máximo, maravilhoso, lindo, espetacular... ou... Pode ser puro orgulho! Depende de mim, de você! Pode ser. E que seja!!!

Feliz olhar novo!!! Que o ano que se inicia seja do tamanho que você fizer.

Que a virada do ano não seja somente uma data, mas um momento para repensarmos tudo o que fizemos e que desejamos, afinal sonhos e desejos podem se tornar realidade somente se fizermos jus e acreditarmos neles!"

Carlos Drummond de Andrade

EPITAFIO

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

NATAL

O Natal é uma data complexa. Em todos os sentidos.
Impõe uma vibração que cola na gente e cada um reage a seu modo.
Nem todos os anos as pessoas vivenciam Natais iguais,
mas certas coisas se repetem sempre.
As comidas, presentes,confraternizações, o tumulto, etc.
Estava no táxi e me lembrei que neste mês é BANDEIRA 2.
Ou seja, o valor da "corrida" é maior. Trouxe isso para as
nossas vidas neste período. Se repararmos bem, tudo é
bandeira 2. A pressa, os gastos, os salários, a comilança,
a melancolia, tudo fica potencializado, dobrado.
Eu não sei dizer se gosto ou não gosto do Natal.
Gosto das comidas, mas passa tão rápido e dá tanto trabalho...
Gosto de presentear, mas detesto comprar coisas de qq maneira.
Compreendo o espírito cristão e a cada dia me apego mais à ele
para suportar este período de loucura geral.
A chegada do Menino Jesus representa a purificação e a transformação
das almas. É o aniversário, a renovação da fé através do nascimento.
E é esse o meu pedido prá Papai Noel todos os anos:
Renove a minha fé para que eu tenha forças para "encarar"
o novo ano que está chegando. Esse pedido é complicado, eu sei.
Porque tem que durar 365 dias...ô presentinho ...
Mas não tem outro jeito a não ser andar prá frente.
É isso que eu tb desejo neste Natal, à todos que amo:
Andem com fé em 2011 e quando ficar difícil,
joguem a bandeira 2 !

ANDAR COM FÉ

sábado, 18 de dezembro de 2010

CARTAS DE AMOR

CARTA À NAMORADA:

Querida Maria, não podemos continuar com esta relação. A distância que nos separa é demasiado longa. Tenho que admitir que te tenho sido infiel já por duas vezes desde que te foste embora, e acredito que nem tu, nem eu, merecemos isto! Portanto, penso que é melhor acabarmos tudo! Por favor, manda de volta a foto minha que te enviei. Com Amor, João.

Maria recebeu a carta e, muito magoada, pediu a todas as colegas que lhe emprestassem fotos dos seus namorados, irmão, amigos, tios, primos, etc… Juntamente com a foto de João, colocou todas as outras fotos que conseguiu recolher com suas colegas, em um envelope. No envelope que enviou à João estavam 57 fotos.

CARTA AO NAMORADO

Querido João, peço desculpas, mas não consigo me lembrar quem tu és! Por favor, procura a tua foto no envelope e me envia de volta as restantes! Com amor… Maria.

HISTÓRIA DE UMA GATA

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

QUEBRANDO CORRENTES


QUEBRANDO CORRENTES


Hoje não mais o eco das paredes

Não mais as palavras que ecoam e ferem

Chega desse silêncio cinico

de quem quer falar e arrebatar

de tristeza meu coração

Hoje furo muros, encontro a saída

ainda que seja preciso esbravejar, socar ventos,

desaforar rebentos que não passam de doentes

Que se aproximam com óleos de amor

mas que fritam com indecência toda candura

e pureza que recebem

Como se patenteassem o amor universal

e dele pudessem usar sem pudor

Estragando almas, descosturando gestos,

furando olhos de quem jamais traiu

Chega de pensamentos impuros e egocêntricos

usando meu nome e minha ternura

Chega de educação de baias e gatis

Que se danem os verbos, os adjetivos, o balde

que te joguei e que debochadamente

encherás de mentiras para me ferir

assim como o fez com poesias subjetivas

sem claros destinatarios

repletas de metaforas de punição

a quem já perdeu há muito o coração

Sem noção, coitado...

Não sinto culpas, não sinto vergonha

te agrido prá me livrar dessas correntes

que insondavelmente me amarrastes

e deliciosamente(prá você) e sadicamente

me fez arrastar, pensando ser amor

Quanto burrice a minha

De fato sou também um animal

Aquela que rosnou de raiva, por sentir-se

traída por uma ilusão de amor

Que acreditou que todos os rumores RUMORES

fossem palavras e poesias a mim destinadas

Que nada...

Mas agora não mais calada

Sem polimento, te arrebento, me arrebento

arrebento esses grilhões que me adoecem

Enfim a liberdade do desamor

Esse sim meu paradoxo

Livre de você, livre da dor...

E se agi como um animal

O fiz pra afastar-te de vez

porque eu não seria capaz, de candidamente

te esquecer, te perder, te deixar

e assim tu te afastas e me afasta da ferida

e eu finjo que você nunca existiu

e finjo que a ferida sarou

Mas uma certeza ficou,com dor(que pena):

FINALMENTE EM TI ECOOU!

Leila Negrellos
Publicado no Recanto das Letras em 19/05/2010

LOUCOS E SANTOS

Loucos e Santos


Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.

Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.

Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.

Deles não quero resposta, quero meu avesso.

Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco.

Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.

Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.

Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.

Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.

Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.

Não quero amigos adultos nem chatos.

Quero-os metade infância e outra metade velhice!

Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.

Tenho amigos para saber quem eu sou.

Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.


Oscar Wilde
 

ORAÇÃO O SENHOR E EU


Oh! Senhor,

No afã de alcançar a sua Glória,

Rogo-lhe pela sua Luz, sua Paz e sua Sabedoria.

Sei que o Cosmos originou-se de Sua Vontade,

Senhor

E que eu, assimilando esta Verdade,

Chegarei ao seu lado e vibrarei no Astral,

Com todo o esplendor da sua Força Cósmica.

Para merecer esta Felicidade,

Devo passar pelos graus da evolução

Peço, pois, ao Senhor,

As influências benéficas dos Gênios Guardiães da Vida

E de Emmanuel, o seu Anjo da Paz Universal,

A fim de transformarem para o bem

Tudo o que ainda me resta de negativo.


Oh! Senhor, ouça a minha voz.

Oh! Senhor, ouça a minha voz.

Oh! Senhor, ouça a minha voz.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

SOBRE O SILÊNCIO

"Aprendi silêncio com os falantes, tolerância com os intolerantes e gentileza com os rudes. Ainda, estranho, sou ingrato a esses professores."

(Khalil Gibran)

ORAÇÃO À SANTA LUZIA

Ó Santa Luzia, que preferistes que vossos olhos fossem vazados e arrancados

antes de renegar a sua fé e compuscar vossa alma; e Deus com um milagre...

extraordinário, vos devolveu dois olhos perfeitos para recompensar vossa virtude e

vossa fé, e vos constituiu protetora contra as doenças dos olhos.

Eu recorro a vós para que protejais minhas vistas e cureis a doença de meus olhos.

Ó Santa Luzia conservai a luz dos meus olhos para que possa ver as belezas da criação

o brilho do sol, o colorido das florestas e o sorriso das crianças.

Conservai também os olhos de minha alma, a fé , pela qual eu possa compreender seus

ensinamentos, reconhecer o seu amor para comigo e nunca errar o caminho que me

conduzirá onde vós Santa Luzia, vos encontrais , em companhia dos Anjos e Santos.

Santa Luzia, protegei meus olhos e conservai minha fé. Amém.

domingo, 12 de dezembro de 2010

EU QUERO É SER FELIZ

Cheguei a conclusão que em certa fase da vida, em circunstâncias favoráveis, conversar demais atrapalha. Certos relacionamentos não foram feitos prá muita conversa preliminar. Ou melhor, tem que saber a hora de parar de conversar, porque senão estraga. Isso serve também prá relações já estabelecidas. Quando começar aquele cheiro de queimado, das duas uma: ou vai dar um passeio ou pega de jeito e beija na boca. Mas tem um detalhe. É proibido voltar a conversar sobre o assunto que atrapalhou!

QUER SABER O QUE EU PENSO?

"Quer saber o que eu penso? Você aguentaria conhecer minha verdade?

Pois tome,

Prove.

Sinta!!

Eu tenho preguiça de quem não comete erros. Tenho profundo sono de quem prefere o morno. Eu gosto do risco. Dos que arriscam. Tenho admiração nata por quem segue o coração. Eu acredito nas pessoas livres. Liberdade de ser. Coragem boa de se mostrar. Dar a cara a tapa! Ser louca, estranha, chata! Eu sou assim. Tenho um milhão de defeitos. Sou volúvel. Tenho uma tpm horrível. Sou viciada em gente. Adoro ficar sozinha. Mas eu vivo para sentir. Por isso, eu te peço:

Me provoque...

Me beije a boca!!!

Me desafie,

Me tire do sério,

Me tire do tédio.

Vire meu mundo do avesso! Mas, pelo amor de Deus, me faça sentir... um beliscãozinho que for, me dê. Eu quero rir até a barriga doer. Chorar e ficar com cara de sapo. Este é o meu alimento: palavras para uma alma com fome."

(Clarice Lispector)

sábado, 11 de dezembro de 2010

HO'OPONOPONO

"Processo de cura Havaiano: Ho'oponopono significa amar a si mesmo


Já ouvimos muitas vezes que criamos nossa realidade, que o mundo é um reflexo de quem somos, que somos todos um, que tudo começa e termina em nós.


Existe um processo de cura e perdão criado por uma tribo havaiana, a dos Kahunas. O método chama-se: Ho´oponopono.

Parece estranho dizer que existe um processo de perdão, mas vejam só:

Você julga ou condena alguém por algo que tenha dito ou feito, ou deixado de dizer ou fazer?

Você julga ou condena quando sabe que alguém está doente, porque não teve bons hábitos alimentares ou higiênicos ou sexuais?

Você julga ou condena quando vê alguém repetir uma situação?

Você julga ou condena quando alguém sofre por um mal, que outra pessoa tenha feito?

Então, você é humano!

E por ser humano, tem consciência de seus pensamentos, portanto, condições de modificá-los, se quiser...

Esse processo consiste em curar e perdoar primeiramente você, porque somos espelhos do mundo, o mundo reflete nossos pensamentos e ações, as pessoas refletem nossos pensamentos, ações, emoções e comportamentos.

Ao fazer o Ho’oponopono você pede a Deus, a Divindade, para limpar, purificar a origem destes problemas, que são as recordações, as memórias se repetindo em sua Mente Subconsciente. Você assim neutraliza a energia que você associa à determinada pessoa, lugar ou coisa. No processo esta energia é libertada e transmutada em pura luz pela Divindade. E dentro de você o espaço liberado é preenchido pela luz da Divindade. Então, no Ho’oponopono não há culpa, não é necessário reviver sofrimento, não importa saber o porquê do problema, de quem é a culpa, ou sua origem. A sua responsabilidade está em não permitir que o padrão se repita, gerando mais problemas, perpetuando a condição de sofrimento. Isso porque o ser humano só pode viver de duas maneiras: uma, pela programação adquirida, memórias se repetindo, a outra pelas inspirações, que são divinas.


Então use as frases desta seqüência: “Sinto muito. Me perdoe. Te amo. Sou grato.” várias vezes, você pode destacar uma que lhe toca mais naquele momento e repeti-la. Deixe sua intuição lhe guiar."

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

NOSSA SENHORA DA IMACULADA CONCEIÇÃO

Oração a Nossa Senhora da Imaculada Conceição


Virgem Santíssima, que fostes concebida sem o pecado original e por isto merecestes o título de Nossa Senhora da Imaculada Conceição e por terdes evitado todos os outros pecados, o Anjo Gabriel vos saudou com as belas palavras: "Ave Maria, cheia de graça"; nós vos pedimos que nos alcanceis do vosso divino Filho o auxílio necessário para vencermos as tentações e evitarmos os pecados e, já que vós chamamos de Mãe, atendei-nos com carinho maternal e ajudai-nos a viver como dignos filhos vossos. Nossa Senhora da Conceição, rogai por nós.
 
MAMÃE OXUM - ZECA BALEIRO 

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

PALCO

As pessoas adoram dizer que a vida é um palco e que nós somos os atores.Penso diferente. A vida não é assim tão iluminada, não dispõe de recursos pirotécnicos prá que a gente suba e brilhe e não acho que atuamos. Embora todos, sem exceção, tenhamos "personas". O palco da vida é aquele em que subimos quando conseguimos nos sentir bem. Aí sim, vale tudo prá ter sucesso lá encima. E é nesse momento que sentimos e desejamos que vá tudo para o inferno e que a gente pode ser feliz. Todos nós já experimentamos esta sensação. É ela que temos que buscar dentro de nós para reprogramar o baixo astral. Bem, esta música que eu vou postar não é nova. Mas tornou-se pela maneira com que está sendo apresentada. Assim somos nós. Nós podemos nos reapresentar, começando por nós mesmos, sem redundância.

O FERREIRO

Era uma vez um ferreiro que, após uma juventude cheia de excessos, resolveu entregar sua alma a DEUS. Durante muitos anos trabalhou com afinidade, praticou a caridade, mas, apesar de toda sua dedicação nada parecia dar certo na sua vida. Muito pelo contrário. Seus problemas e dívidas acumulavam-se cada vez mais. Uma bela tarde, um amigo que o visitara, e que se compadecia de sua situação difícil, comentou: - É realmente estranho que, justamente depois que você resolveu se tornar um homem temente a DEUS, sua vida começou a piorar. Eu não desejo enfraquecer sua fé, mas apesar de toda sua crença no mundo espiritual, nada tem melhorado. O ferreiro não respondeu imediatamente. Ele já havia pensado nisso muitas vezes, sem entender o que acontecia em sua vida. Entretanto, como não queria deixar o amigo sem resposta, começou a falar e terminou encontrando a melhor explicação. Eis que o ferreiro disse: - Eu recebo nesta oficina o aço ainda não trabalhado e preciso transformá-lo em espadas. Você sabe como isto é feito? - Primeiro eu aqueço a chapa de aço num calor absurdo, até que fique vermelha. Em seguida, sem qualquer piedade, eu pego o martelo mais pesado e aplico golpes até que a peça adquira a forma desejada. - Logo, ela é mergulhada num balde de água fria e a ofinica inteira se enche com o barulho do vapor. - Tenho que repetir esse processo até conseguir a espada perfeita; uma vez apenas não é suficiente. O ferreiro deu uma longa pausa, pensou e continuou. - As vezes, o aço que chega até minhas mãos não consegue agüentar esse tratamento. - O calor, as marteladas e a água fria terminam por enchê-lo de rachaduras. E eu sei que jamais se transformará numa boa lâmina de espada. Então, eu simplesmente o coloco num monte de ferro-velho que você viu na entrada de minha ferraria. Mais uma pausa e o ferreiro concluiu: - Sei que DEUS está me colocando no fogo das aflições. Tenho aceito as marteladas que a vida me dá, e às vezes sinto-me tão frio e insensível como a água que faz sofrer o aço. - Mas a única coisa que peço é: Meus DEUS, não desista, até que consiga tomar a forma que o Senhor espera de mim. Tente da maneira que achar melhor, pelo tempo que quiser - mas jamais me coloque no monte de ferro-velho das almas. (A.D.)


domingo, 5 de dezembro de 2010

A PIPOCA

Apesar de tudo é preciso CLAREAR.
E neste exercício preciso ler e reler livros, textos, citações,etc.
Gosto demais deste texto de Rubem Alves.
Enorme, mas imprescindível.

A PIPOCA

A culinária me fascina. De vez em quando eu até me até atrevo a cozinhar. Mas o fato é que sou mais competente com as palavras do que com as panelas.
Por isso tenho mais escrito sobre comidas que cozinhado. Dedico-me a algo que poderia ter o nome de "culinária literária". Já escrevi sobre as mais variadas entidades do mundo da cozinha: cebolas, ora-pro-nobis, picadinho de carne com tomate feijão e arroz, bacalhoada, suflês, sopas, churrascos.
Cheguei mesmo a dedicar metade de um livro poético-filosófico a uma meditação sobre o filme A Festa de Babette que é uma celebração da comida como ritual de feitiçaria. Sabedor das minhas limitações e competências, nunca escrevi como chef. Escrevi como filósofo, poeta, psicanalista e teólogo — porque a culinária estimula todas essas funções do pensamento.
As comidas, para mim, são entidades oníricas.
Provocam a minha capacidade de sonhar. Nunca imaginei, entretanto, que chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer sonhar. Pois foi precisamente isso que aconteceu.
A pipoca, milho mirrado, grãos redondos e duros, me pareceu uma simples molecagem, brincadeira deliciosa, sem dimensões metafísicas ou psicanalíticas. Entretanto, dias atrás, conversando com uma paciente, ela mencionou a pipoca. E algo inesperado na minha mente aconteceu. Minhas idéias começaram a estourar como pipoca. Percebi, então, a relação metafórica entre a pipoca e o ato de pensar. Um bom pensamento nasce como uma pipoca que estoura, de forma inesperada e imprevisível.
A pipoca se revelou a mim, então, como um extraordinário objeto poético. Poético porque, ao pensar nelas, as pipocas, meu pensamento se pôs a dar estouros e pulos como aqueles das pipocas dentro de uma panela. Lembrei-me do sentido religioso da pipoca. A pipoca tem sentido religioso? Pois tem.
Para os cristãos, religiosos são o pão e o vinho, que simbolizam o corpo e o sangue de Cristo, a mistura de vida e alegria (porque vida, só vida, sem alegria, não é vida...). Pão e vinho devem ser bebidos juntos. Vida e alegria devem existir juntas.
Lembrei-me, então, de lição que aprendi com a Mãe Stella, sábia poderosa do Candomblé baiano: que a pipoca é a comida sagrada do Candomblé...
A pipoca é um milho mirrado, subdesenvolvido.
Fosse eu agricultor ignorante, e se no meio dos meus milhos graúdos aparecessem aquelas espigas nanicas, eu ficaria bravo e trataria de me livrar delas. Pois o fato é que, sob o ponto de vista de tamanho, os milhos da pipoca não podem competir com os milhos normais. Não sei como isso aconteceu, mas o fato é que houve alguém que teve a idéia de debulhar as espigas e colocá-las numa panela sobre o fogo, esperando que assim os grãos amolecessem e pudessem ser comidos.
Havendo fracassado a experiência com água, tentou a gordura. O que aconteceu, ninguém jamais poderia ter imaginado.
Repentinamente os grãos começaram a estourar, saltavam da panela com uma enorme barulheira. Mas o extraordinário era o que acontecia com eles: os grãos duros quebra-dentes se transformavam em flores brancas e macias que até as crianças podiam comer. O estouro das pipocas se transformou, então, de uma simples operação culinária, em uma festa, brincadeira, molecagem, para os risos de todos, especialmente as crianças. É muito divertido ver o estouro das pipocas!
E o que é que isso tem a ver com o Candomblé? É que a transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação porque devem passar os homens para que eles venham a ser o que devem ser. O milho da pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro. O milho da pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer, pelo poder do fogo podemos, repentinamente, nos transformar em outra coisa — voltar a ser crianças! Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo.
Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre.
Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e dureza assombrosa. Só que elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser.
Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente, perder um emprego, ficar pobre. Pode ser fogo de dentro. Pânico, medo, ansiedade, depressão — sofrimentos cujas causas ignoramos.Há sempre o recurso aos remédios. Apagar o fogo. Sem fogo o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação.
Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pense que sua hora chegou: vai morrer. De dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: PUF!! — e ela aparece como outra coisa, completamente diferente, que ela mesma nunca havia sonhado. É a lagarta rastejante e feia que surge do casulo como borboleta voante.
Na simbologia cristã o milagre do milho de pipoca está representado pela morte e ressurreição de Cristo: a ressurreição é o estouro do milho de pipoca. É preciso deixar de ser de um jeito para ser de outro.
"Morre e transforma-te!" — dizia Goethe.
Em Minas, todo mundo sabe o que é piruá. Falando sobre os piruás com os paulistas, descobri que eles ignoram o que seja. Alguns, inclusive, acharam que era gozação minha, que piruá é palavra inexistente. Cheguei a ser forçado a me valer do Aurélio para confirmar o meu conhecimento da língua. Piruá é o milho de pipoca que se recusa a estourar.
Meu amigo William, extraordinário professor pesquisador da Unicamp, especializou-se em milhos, e desvendou cientificamente o assombro do estouro da pipoca. Com certeza ele tem uma explicação científica para os piruás. Mas, no mundo da poesia, as explicações científicas não valem.
Por exemplo: em Minas "piruá" é o nome que se dá às mulheres que não conseguiram casar. Minha prima, passada dos quarenta, lamentava: "Fiquei piruá!" Mas acho que o poder metafórico dos piruás é maior.
Piruás são aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem.
Ignoram o dito de Jesus: "Quem preservar a sua vida perdê-la-á".A sua presunção e o seu medo são a dura casca do milho que não estoura. O destino delas é triste. Vão ficar duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca macia. Não vão dar alegria para ninguém. Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo a panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo.
Quanto às pipocas que estouraram, são adultos que voltaram a ser crianças e que sabem que a vida é uma grande brincadeira...
"Nunca imaginei que chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer sonhar. Pois foi precisamente isso que aconteceu".

sábado, 4 de dezembro de 2010

AGONIA

Ah maldita agonia,
dessas que se esparramam
sem pedir licença
quando acaba o dia

Quando os telefones emudecem
os amigos se esquecem
e as mãos se arrefecem
de um louco digitar

A máscara borra
não tem camisola do dia
não tem mais fantasia
só o vazio e esta agonia

Percebo o quanto é grande
o que tenho que romper
e como é enorme e pior
o que é de preencher

Gigante,enorme,pavoroso
o tamanho me assusta
e fecho os olhos prá não ver
esta solidão que é astuta

Se afasta de mim
me deixa acontecer
autorize o meu mexer
não aguento mais não ser

E me engano ao acordar
achando que enfim, dormi
e o peso dessa batalha
se encarrega do porvir

(Escrita hoje, agora)

FAGNER - NOTURNO

ÁRVORE DE NATAL

Moro no Rio de Janeiro e querendo ou não, de um jeito ou de outro, acabo participando do evento de inauguração da Árvore de Natal da Lagoa Rodrigo de Freitas. O evento em si é desesperador. O trânsito fica caótico por toda a cidade, não existe estacionamento em número suficiente para quem vai assistir e o pior, este panorama permanece por todo o mês de dezembro. Pode imaginar? Pois é. O evento está acontecendo agora(estou vendo os fogos da janela). Políticos e músicos de alto escalão estão em um palco que é visto por milhares de pessoas(socorro...). Às vezes fico pensando que só gostam desse evento pessoas que vêm de outros bairros distantes e que não se lembram do trânsito e das dificuldades por que vão passar. Ah, já ia esquecendo de duas coisas enraivecedoras: os flanelinhas cobram o que bem entendem para estacionar e os banheiros químicos, sempre em menor quantidade que a necessidade, ficam com filas inacreditáveis. Meu Deus, um horror...já fui uma vez. Felizmente eu pude ir a pé e ficar antes da muvuca total. Mas infelizmente fui acompanhada de amigas insanas que queriam colar seus corpos no palco. Fui obrigada a marcar um lugar para nos encontrarmos, é claro. De repente, me vi ali sozinha e concluí que estar sozinha é muito bom! Andei despreocupadamente pelas redondezas, ouvi boa música, não bebi, portanto não enfrentei filas de banheiro, e te digo, gostei. A casualidade é um estado de espírito. Lembrando desse momento "solo" me deu até vontade de colocar um tênis e sair andando por lá, sem compromisso, e voltar se não agradar.Na pior das hipóteses faço um exercício, porque a árvore eu necessariamente vou ver em algum trajeto do dia-a-dia. Quem sabe eu não vou agora? =O

HAIKAIS

Adoro HAIKAIS. Mas devo confessar que os meus são sofríveis. Fico muito ligada naquela regra de três linhas, a primeira e a última com sete sílabas e a do meio com cinco. Vou deixar por aqui um fofinho que fiz(o único) rs.

INSANA

Minha solidão
De insano coração
Insanável é...

"POETANDO"

Às vezes me bate uma loucura e tenho que sair escrevendo. Escrevo e fica no papel para ser reciclada.Cansada de não catalogá-las, encontrei um site onde sempre posto minhas "poesias". Não entendo nada de ritmica ou de métrica. Escrevo o que sinto e geralmente quando estou triste. Por esta razão elas carregam minha melancolia.Vou experimentar postá-las por aqui também.

NÃO HÁ MAIS TEMPO

Faz pouco tempo que não nos falamos
Isso já não importa mais
Te perdi por uma eternidade...
O tempo deixou de ter a importância
que já teve, em meus suspiros e segundos de amor
Faz tão pouco tempo que me dissestes sério
que eu era um diamante
Mas de amante tornaste-me uma névoa
Opaca, distante e frágil
Que num sopro tornou-se nada
Por falta de tempo tantas coisas ficaram solitárias:
Pensamentos, emoções, diálogos e entendimentos...
Por falta de tempo assustei-me ao ver
Que o seu tempo não era o meu tempo
Como andastes apressado...
Fizestes coisas surpreendentes em tão pouco tempo
Comunhão e desunião
Dilacerastes minha compreensão de tempo
Hoje já tão distante te vejo um amante vulgar
Vulgar posto que comum, com uma entrega simplória
À quem julgava com um coração tão grande
O tempo te engoliu, me destruiu
Mas foi em tão pouco tempo
Que custo a acreditar que "meu" diamante
Mais que mutante, tornou-se fragmento
Cacos, pequenos brilhos espalhados sem direção
Na ausência e no silêncio
Ainda que em tão pouco tempo
Percebi que tua luz se apagara
Mascarada de um falso entusiasmo
Caminhas agora, como um vagalume do amor
Na ilusão de uma chama cujo gás etéreo
Em breve se dissipará e em seu lugar, a consciência
E então neste momento, cujo tempo não sei mais
Perceberás que rubicundos não são os "seus" "diamantes"
Rubicundo é o tempo que tomou forma
Em tão pouco tempo.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

CLAREAR

Quando pensei em iniciar um BLOG, pensei naquilo que estava latente em meu coração.
E a necessidade de LUZ e a de usar o BLOG para ir clareando a minha vida, prevaleceram
e surgiu o nome CLAREANDO.
Inevitavelmente lembrei de uma música super antiga, que nem está no rol das minhas preferidas,
mas que surgiu como uma música inaugural, pelo seu tema: CLAREAR.
Como sou um ser musical, deixo a música fluir neste momento e me representar como anfitriã.