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terça-feira, 7 de dezembro de 2010

O FERREIRO

Era uma vez um ferreiro que, após uma juventude cheia de excessos, resolveu entregar sua alma a DEUS. Durante muitos anos trabalhou com afinidade, praticou a caridade, mas, apesar de toda sua dedicação nada parecia dar certo na sua vida. Muito pelo contrário. Seus problemas e dívidas acumulavam-se cada vez mais. Uma bela tarde, um amigo que o visitara, e que se compadecia de sua situação difícil, comentou: - É realmente estranho que, justamente depois que você resolveu se tornar um homem temente a DEUS, sua vida começou a piorar. Eu não desejo enfraquecer sua fé, mas apesar de toda sua crença no mundo espiritual, nada tem melhorado. O ferreiro não respondeu imediatamente. Ele já havia pensado nisso muitas vezes, sem entender o que acontecia em sua vida. Entretanto, como não queria deixar o amigo sem resposta, começou a falar e terminou encontrando a melhor explicação. Eis que o ferreiro disse: - Eu recebo nesta oficina o aço ainda não trabalhado e preciso transformá-lo em espadas. Você sabe como isto é feito? - Primeiro eu aqueço a chapa de aço num calor absurdo, até que fique vermelha. Em seguida, sem qualquer piedade, eu pego o martelo mais pesado e aplico golpes até que a peça adquira a forma desejada. - Logo, ela é mergulhada num balde de água fria e a ofinica inteira se enche com o barulho do vapor. - Tenho que repetir esse processo até conseguir a espada perfeita; uma vez apenas não é suficiente. O ferreiro deu uma longa pausa, pensou e continuou. - As vezes, o aço que chega até minhas mãos não consegue agüentar esse tratamento. - O calor, as marteladas e a água fria terminam por enchê-lo de rachaduras. E eu sei que jamais se transformará numa boa lâmina de espada. Então, eu simplesmente o coloco num monte de ferro-velho que você viu na entrada de minha ferraria. Mais uma pausa e o ferreiro concluiu: - Sei que DEUS está me colocando no fogo das aflições. Tenho aceito as marteladas que a vida me dá, e às vezes sinto-me tão frio e insensível como a água que faz sofrer o aço. - Mas a única coisa que peço é: Meus DEUS, não desista, até que consiga tomar a forma que o Senhor espera de mim. Tente da maneira que achar melhor, pelo tempo que quiser - mas jamais me coloque no monte de ferro-velho das almas. (A.D.)


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