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sábado, 4 de dezembro de 2010

AGONIA

Ah maldita agonia,
dessas que se esparramam
sem pedir licença
quando acaba o dia

Quando os telefones emudecem
os amigos se esquecem
e as mãos se arrefecem
de um louco digitar

A máscara borra
não tem camisola do dia
não tem mais fantasia
só o vazio e esta agonia

Percebo o quanto é grande
o que tenho que romper
e como é enorme e pior
o que é de preencher

Gigante,enorme,pavoroso
o tamanho me assusta
e fecho os olhos prá não ver
esta solidão que é astuta

Se afasta de mim
me deixa acontecer
autorize o meu mexer
não aguento mais não ser

E me engano ao acordar
achando que enfim, dormi
e o peso dessa batalha
se encarrega do porvir

(Escrita hoje, agora)

FAGNER - NOTURNO

2 comentários:

  1. Minha mãe adorava Fagner, essa música é realmente tocante... A minha solidão talvez seja pior do que a sua, pq o meu telefone não emudece, mas as vozes que ouço não são capazes de preencher os espaços...

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  2. Mas são capazes de preencher as horas...solidão é tema complicado, diferente e ao mesmo igual prá todos. Fagner é maravilhoso e Noturno é um Hino...

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